segunda-feira, 21 de fevereiro de 2022

TEORIA DA BUROCRACIA DE MAX WEBER

 A teoria da burocracia foi uma das quais buscou moldar uma nova maneira de gerir uma instituição mais adequada aos novos tempos. As sociedades capitalistas modernas necessitavam de um modo mais racional de gerir uma organização.

Para enfrentar desafios maiores, normais em uma economia de mercado, as empresas precisavam maximizar seus recursos e ter maior estabilidade e previsibilidade em suas operações e processos de trabalho.

Portanto, Max Weber gerou essa teoria administrativa com o objetivo de uma administração mais ajustada aos novos desafios do Estado moderno e das grandes empresas, a fim de combater o desperdício, a ineficiência e a corrupção (RENNÓ, 2013).

A burocracia significa, basicamente, um modelo em que o “escritório” ou os servidores de carreira seriam os “comandantes” ou detentores do poder. A base dessa teoria seria a implementação de uma gestão mais racional e impessoal, visando ao aumento consistente da produção. As características principais da burocracia são:



Logo, os administradores teriam de abandonar uma forma de administrar pautada nos costumes e no “achismo” para basear-se em normas, regulamentos, que seriam aplicados a todos de acordo com seu cargo e função na empresa.

A meritocracia passa a ser enfatizada. Cada trabalhador deve ser contratado por seus méritos, promovido por seus resultados e ter uma carreira estruturada.

Cada funcionário seria treinado para exercer suas funções e remunerado em dinheiro (e não em honrarias, em troca de alguma benesse etc.). A ideia é a de que o trabalho na empresa deve ser a ocupação principal do indivíduo.

Outro aspecto importante é o da impessoalidade. Esse conceito foi importante para que pudéssemos evitar ao máximo as emoções no momento de tomar decisões.

A ideia é a de que devemos tratar as pessoas de acordo com normas e critérios predefinidos. A isonomia do tratamento busca, assim, a contratação das pessoas certas e a construção de um processo racional na promoção das pessoas, além de evitar favoritismos e tratamentos desiguais.

A comunicação formal teria um papel de ajudar nessa impessoalidade. Todas as informações deveriam ser transmitidas de uma maneira padronizada, com uma linguagem harmonizada. Não deveriam existir espaços para as fofocas e para os boatos.

Essa maneira de administrar com base em normas é fundamental para outro aspecto da burocracia: a noção de hierarquia. Cada pessoa manda de acordo com o cargo – é ele quem concentra o poder. Esta também é uma teoria que dá ênfase à estrutura organizacional.

A organização deve ser estruturada hierarquicamente, ou seja, cada nível tem a autoridade e a responsabilidade definidas em regras. Dessarte, seu superior tem o poder e a autoridade concedidos a ele por deter um cargo acima do seu. O dever de obediência é relacionado ao cargo e não à pessoa (ANDRADE; AMBONI, 2011).

Esse conceito acabou por criar empresas com diversos níveis hierárquicos, o que chamamos de estrutura verticalizada, com as decisões tomadas no topo da organização e transmitidas por diversos “elos” da empresa até chegar ao nível operacional.


Dimensões burocráticas

Características básicas

Normas e Regulamentos

São regras gerais escritas, que determinam os procedimentos formais e definem como a organização deve funcionar.

Divisão do trabalho

É um instrumento que possibilita a sistemática especialização de alto grau e determina o emprego de pessoas tecnicamente qualificadas, garantindo, assim, a eficiência da organização. Na organização burocrática, todo trabalho deve ser fracionado e segmentado.

Hierarquia da autoridade

Objetiva proporcionar uma estrutura hierárquica na organização. As pessoas executam suas atribuições dentro de um sistema de controle escalar, indo do topo à base da pirâmide.

Relações impessoais

A obediência é ao cargo, não à pessoa, de modo que a disciplina e as decisões não sofrem interferência alheia à racionalidade no alcance dos objetivos da organização.

Especialização da administração

Há uma separação entre o dono do capital e o dirigente. Quem administra a organização é um profissional qualificado para o cargo. O administrador é selecionado pela sua capacidade técnica, recebe um salário e pode ser demitido.

Formalismo das comunicações

Esse procedimento objetiva adequar a documentação de forma que as comunicações sejam interpretadas univocamente.

Rotinas e procedimentos

A burocracia estabelece que as regras e as normas técnicas sejam fixadas para cada cargo. O ocupante do cargo está sujeito às imposições da burocracia, não podendo agir de forma independente.

Profissionalização do participante

Na organização burocrática, os participantes são profissionais pelos seguintes motivos: cada funcionário é um especialista no seu cargo; o funcionário é um ocupante do cargo, que é sua principal atividade; ele é escolhido por sua capacidade e competência técnica; seu tempo de permanência é indefinido; e ele é recompensado dentro da organização por sua competência, por meio de um plano de carreira.

Previsibilidade do funcionamento

Todos os funcionários devem comportar-se de acordo com as normas e os regulamentos. Daí o caráter de previsibilidade do comportamento dos seus membros. A visão burocrática é de padronização, não havendo tratamento diferenciado.

Competência técnica

A seleção para admissão do funcionário é baseado no mérito técnico, sem preferências pessoais.

 





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