segunda-feira, 21 de fevereiro de 2022

A teoria clássica de Henry Fayol

 A teoria clássica de Henry Fayol é outra das teorias administrativas (com a administração científica e a teoria da burocracia) classificada dentro do que se chama a abordagem clássica ou a Escola Clássica.

Fiquem atentos, pois muitas bancas costumam cobrar esse entendimento. Assim, a teoria clássica não é o mesmo que Escola Clássica de Administração, que também abrange outras teorias.

O contexto dessa teoria clássica foi o mesmo da industrialização e das mudanças nas relações de trabalho. Contudo, o foco foi outro! Se Taylor estava mais preocupado com a execução das tarefas, Fayol estava focado na estrutura organizacional (CHIAVENATO, 2011).

Fayol tinha uma visão mais ampla do trabalho de “administrar” uma organização. O objetivo dele era aumentar a eficiência das empresas mediante uma melhor forma de administrá-las. Por meio dos estudos da departamentalização, via os departamentos como partes da estrutura da organização.

Foi, portanto, um dos pioneiros no que se chamou de teóricos fisiologistas da administração. Assim, o escopo do trabalho do administrador foi bastante ampliado dentro da visão de Fayol (RENNÓ, 2013).



omo a função administrativa deveria coordenar as demais funções da organização, Fayol preocupou-se em detalhar o que seria o trabalho dos gestores.

Ele chamou o conjunto de atividades dos administradores de processo administrativo: as funções próprias de um administrador. De acordo com Fayol (1955, apud CHIAVENATO, 2009), são elas:

Prever


Visualizar o futuro e traçar o programa de ação em médio e longo prazos.


Organizar


Constituir a estrutura material e humana para realizar o empreendimento da empresa.


Comandar


Dirigir e orientar o pessoal para mantê-lo ativo na empresa.


Coordenar


Ligar e harmonizar todos os atos e todos os esforços coletivos.


Controlar


Cuidar para que tudo se realize de acordo com os planos da empresa.


Para ele, cada administrador, não importando sua posição hierárquica, deveria saber utilizar cada uma dessas funções administrativas em suas atividades. Ou seja, desde o presidente até um gerente subalterno.

Outra contribuição importante foi a criação dos princípios da administração (CERTO; CERTO, 2006). De acordo com ele, existem quatorze princípios gerais da administração (FAYOL, 1955, apud CHIAVENATO, 2009):

1)Divisão do trabalho: consiste na especialização das tarefas e das pessoas para aumentar a eficiência.

2)Autoridade e responsabilidade: autoridade é o direito de dar ordens e o poder de esperar obediência. A responsabilidade é uma consequência natural da autoridade e significa o dever de prestar contas.

3)Disciplina: depende de obediência, aplicação, energia, comportamento e respeito aos acordos estabelecidos.

4)Unidade de comando: cada empregado deve receber ordens de apenas um superior.

5)Unidade de direção: uma cabeça e um plano para cada conjunto de atividades que tenham o mesmo objetivo.

6)Subordinação dos interesses individuais aos gerais.

7)Remuneração do pessoal: deve haver justa e garantida satisfação para os empregados e para a organização em termos de retribuição.

8)Centralização: refere-se à concentração da autoridade no topo da hierarquia da organização.

9)Cadeia escalar: linha de autoridade que vai do escalão mais alto ao mais baixo da hierarquia.

10)Ordem: um lugar para cada coisa e cada coisa em seu lugar.

11)Equidade: amabilidade e justiça para alcançar a lealdade dos empregados.

12)Estabilidade do pessoal: a rotatividade do pessoal é prejudicial para a eficiência da organização.

13)Iniciativa: a capacidade de visualizar um plano e assegurar pessoalmente seu sucesso.

14)Espírito de equipe: a harmonia e união entre as pessoas são grandes forças para a organização.

Assim como na administração científica, a teoria clássica também tinha uma abordagem de sistema fechado, pois não focava nos fatores externos da organização.

Outrossim, tinha como princípio a ideia de que as pessoas seriam motivadas por meio de incentivos financeiros, ou seja, o conceito do homo economicus também estava presente.

A teoria clássica não se preocupou com os aspectos ligados aos indivíduos, por exemplo, comunicação, motivação e liderança foram pouco tratados (CERTO; CERTO, 2006). Somente com a teoria das relações humanas isto será mais bem abordado.

Apesar disso, muito de seu trabalho ainda é utilizado nas empresas atualmente.



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