11- Não se concebe que um ato normativo de qualquer natureza seja redigido de forma obscura, que dificulte ou impossibilite sua compreensão. A transparência do sentido dos atos normativos, bem como sua inteligibilidade, são requisitos do próprio Estado de direito: é inaceitável que um texto legal não seja entendido pelos cidadãos. A publicidade implica, pois, necessariamente, clareza e concisão.
Considerando o fragmento de texto apresentado, julgue o seguinte item, de acordo com o disposto no Manual de Redação da Presidência da República (MRPR).
A
concisão é uma qualidade da redação oficial que atende ao princípio da
economia linguística, segundo o qual se deve reduzir ao mínimo de
palavras possível o conteúdo a ser comunicado, evitando-se redundâncias
ou trechos inúteis.
De acordo com o Manual de Redação da Presidência da República, a concisão é antes uma qualidade do que uma característica do texto oficial, tendo em vista que é considerado conciso o texto que consegue transmitir o máximo de informações com o mínimo de palavras. Trata-se, exclusivamente, de excluir palavras inúteis, redundâncias e passagens que nada acrescentem ao que já foi dito. Assim a concisão determina que só fique no texto o que é essencial para a clareza. Nesse sentido, é possível verificar que a afirmação feita nesta questão está correta.
No que se refere à tipologia e aos sentidos do texto 12A1AAA, julgue o próximo item.
O primeiro parágrafo do texto é predominantemente descritivo, pois apresenta as características da “polícia parisiense”.
A descrição é um modo de organizar internamente um texto, assim como é narração (relato de histórias fictícias ou não); a argumentação (defesa de opinião com sustentação por argumentos); a exposição (informação objetiva de fatos e situações); e a injunção (apresentação de etapas ou “passo a passo" de um processo, como manuais de instrução).
Essas noções precisam ser relembradas para resolver esta questão, uma vez que é preciso saber que, em um mesmo texto, esses modos de organização interna podem coexistir, ou seja, um texto pode apresentar, ao longo de toda sua extensão, momentos argumentativos e expositivos, por exemplo. No caso do texto em análise, encontramos claramente momentos narrativos e descritivos.
No entanto, se observarmos atentamente apenas o primeiro parágrafo, como se solicita no comentário da questão, verificaremos que a descrição ocorre praticamente na mesma proporção em que a narração se apresenta, não havendo predomínio daquela sobre esta. Recuperemos o parágrafo.
-Fragmento: “– A polícia parisiense – disse ele – é extremamente hábil à sua maneira. Seus agentes são perseverantes, engenhosos, astutos e perfeitamente versados nos conhecimentos que seus deveres parecem exigir de modo especial. Assim, quando o delegado G... nos contou, pormenorizadamente, a maneira pela qual realizou suas pesquisas no Hotel D..., não tive dúvida de que efetuara uma investigação satisfatória (...) até o ponto a que chegou o seu trabalho."
Além disso, observe que as características apresentadas não são as da polícia parisiense, mas as de seus agentes. Como a descrição é o modo que organiza um texto pela apresentação de característica de algo ou alguém, explicitando aspectos positivos, negativos, objetivos ou subjetivos, verificamos que os agentes são caracterizados, contribuindo para que a boa avaliação do personagem se estenda a outros personagens do texto e também ao leitor. Porém essa cena descritiva não é maior do que a narrativa, elas são equivalentes na estrutura do parágrafo.
Resposta: ERRADO.
13- No que se refere à tipologia e aos sentidos do texto 12A1AAA, julgue o próximo item.
Infere-se
das falas de Dupin que a opinião do delegado a respeito dos poetas foi
determinante para que ele não encontrasse “a carta roubada”.
O primeiro indício que devemos notar é como o delegado possui uma visão tradicional de investigação. Podemos perceber isso no seguinte trecho:
E, se o delegado e toda a sua corte têm cometido tantos enganos, isso se deve (...) a uma apreciação inexata, ou melhor, a uma não apreciação da inteligência daqueles com quem se metem. Consideram engenhosas apenas as suas próprias ideias e, ao procurar alguma coisa que se ache escondida, não pensam senão nos meios que eles próprios teriam empregado para escondê-la.
Dessa forma, Dupin traça o perfil desse delegado: é uma pessoa com visão e estratégia fechada, que não conseguiu a resolução do roubo por não pensar como o suspeito.
Ao longo do texto, percebemos como essa visão fechada e tradicional também influenciou no julgamento do ministro como poeta.
Este funcionário (o delegado), porém, se enganou por completo, e a fonte remota de seu fracasso reside na suposição de que o ministro é um idiota, pois adquiriu renome de poeta. Segundo o delegado, todos os poetas são idiotas…".
Assim, segundo Dupin, o delegado não conseguiu encontrar a “carta roubada" por ter uma visão limitada e julgar o suspeito (o Ministro) como idiota. Esse julgamento está relacionado ao fato do Ministro ser poeta e o delegado não considerar esses artistas como pessoas inteligentes. Sendo assim, esse julgamento foi importante para que ele não encontrasse a “carta roubada".
Gabarito do professor: Certo
14- No que se refere à tipologia e aos sentidos do texto 12A1AAA, julgue o próximo item.
Dupin
é irônico ao caracterizar a polícia parisiense como hábil no primeiro
parágrafo, o que é comprovado pela crítica que faz, no quinto parágrafo,
ao trabalho do delegado e de sua equipe, os quais, conforme Dupin,
“Estão certos apenas num ponto” (l. 32 e 33).
A ironia consiste no contraste de conteúdo entre a informação que se explícita (falsa) e a que fica implícita (verdadeira) – ou vice e versa. Sendo assim, quando alguém se utiliza da ironia, constrói um jogo entre o explícito e o implícito.
No comentário da questão, caracteriza-se Dupin como irônico no parágrafo inicial, havendo a confirmação dessa análise pelo quinto parágrafo. Fazendo essa análise, vejamos fragmentos de ambos os parágrafos:
1º parágrafo: “– A polícia parisiense – disse ele – é extremamente hábil à sua maneira. Seus agentes são perseverantes, engenhosos, astutos e perfeitamente versados nos conhecimentos que seus deveres parecem exigir de modo especial".
5º parágrafo: “As medidas, pois – prosseguiu –, eram boas em seu gênero, e foram bem executadas: seu defeito residia em serem inaplicáveis ao caso e ao homem em questão".
Veja que, no parágrafo inicial, Dupin elogia a polícia parisiense e os seus agentes, de modo que, no quinto parágrafo, mesmo reconhecendo um erro desses agentes, não desconsidera o que disse inicialmente, pois todas as medidas (dos agentes) continuavam sendo boas e bem executadas, o que não era positivo é que elas não cabiam ao homem em questão. Ou seja, o quinto parágrafo não desmente ou não inverte as considerações de Duplin sobre a polícia parisiense e sobre os seus agentes, o que se confirma em outro parágrafo, o quarto:
4º parágrafo: “Ri, simplesmente – mas ele parecia ter dito aquilo com a máxima seriedade".
Como se pode notar, a não presença da ironia se confirma pelo quarto parágrafo, no qual o narrador afirma que Dupin estava falando com seriedade sobre as qualidades da polícia e de seus agentes. Assim, como não há conflito entre o dito e não dito, entre verdadeiro e falso, não há ironia, como se afirma no comentário.
Resposta: ERRADO.
15- No que se refere à tipologia e aos sentidos do texto 12A1AAA, julgue o próximo item.
Na
opinião de Dupin, a inteligência da polícia de Paris equipara-se à “da
massa” (l.34), que, conforme se infere do texto, é uma inteligência
média.
Para resolver esta questão, você precisa saber o conceito de inferência e, a partir dele, saber, também, como proceder sempre que o enunciado da questão apresentar essa palavra ou o comando verbal “inferir".
-Inferência: é uma dedução que se faz com base em informações ou dados disponíveis no texto para alcançar uma conclusão. Assim, inferir significa deduzir um provável resultado ou uma conclusão por meio da análise de conteúdos.
No comentário, a afirma-se que se pode inferir que a inteligência da polícia de Paris é “média" porque equivalente à inteligência das massas. Retomemos o fragmento em que esse conteúdo é desenvolvido no texto para realizarmos a análise.
Fragmento: “Estão certos apenas num ponto: naquele em que sua engenhosidade representa fielmente a da massa; mas, quando a astúcia do malfeitor é diferente da deles, o malfeitor, naturalmente, os engana".
No fragmento, explicitasse-se que a engenhosidade da polícia representa fielmente a da massa e que a astúcia do malfeitor pode ser diferente da dos policiais, enganando-os. Então, se infratores podem enganar os policiais, significa que a inteligência destes é posta em xeque. E, se essa engenhosidade representa exatamente a da população, logo infere-se que população e policiais não têm inteligência tão elevada a ponto de os agentes se deixarem enganar por malfeitores.
Resposta: CERTO.
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